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Dia das Mães 2022

Afinal, o que é ser Mãe e como ter a certeza de que estamos cumprindo bem esse papel?


Creio que sejam perguntas comuns nas cabeças das mamães, assim o é na minha (rs).

Já ouvi vários jargões, como:

“Ser mãe é padecer no paraíso!”
“Filhos, por que tê-los e se não os ter como sabê-los?”
“O filho é da mãe!”
“Mãe, eta palavrinha doce!”

E tantos outros que expressam essa bela loucura de ser mãe!


Não tenho dúvidas da capacidade e amor de uma mãe. Já tive provas reais do quanto somos guerreiras, ferozes e amáveis, quando o assunto é filho. E, sendo mãe de 04 filhos não me faltam histórias: de risadas e estripulias, de dor e crescimento, de aprendizado e medos. Decididamente, ser mãe não é tarefa fácil!

Vejam a última que aconteceu comigo e, se você tem algum episódio marcante em sua história de mãe, compartilhe, conte. Vai ser um prazer e, certamente, será um exemplo para as novas mamães.


Eram 06 da manhã onde minha filha reside e a conhecendo como a conheço, para ligar a essa hora, certamente algo sério tinha ocorrido.

O coração acelera automaticamente e, em uma fração de segundos, milhares de pensamentos povoam a minha mente.

Como isso é possível?


Basta ser mãe!


Nesses poucos centésimos de segundos entre pegar o celular, identificar minha filha ao telefone, me dar conta do horário e apertar o enter, sim, nós mães, somos capazes de prever o futuro com uma intuição leonina.

Ela diz:


Mãe, está tudo bem (aos prantos), mas a nossa casa pegou fogo. Não sabemos como aconteceu e só deu tempo de sair de casa de pijamas. Poxa, Mãe, como isso pode acontecer? Justo agora que conseguimos uma casinha legal, depois de 04 anos no AR (Trailler)? Perdemos quase tudo!

E, em cada frase, uma lágrima, um lamento que deixava sua voz embargada.


O sinal de alerta disparou e naquela rápida descrição do que tinha ocorrido, eu tentava ouvir, dissecar cada palavra, cada pausa da sua respiração. Meu sentido da audição foi para a potência máxima como se eu pudesse desligar os sons ao meu redor, como uma super-heroína e, com ouvidos atentos, buscar toda verdade em suas palavras para ter certeza de que, realmente, estavam bem.


Que sentimento genuíno é o amor maternal. Nós sentimos uma necessidade avassaladora de proteger nossos filhos, mesmo sabendo que é impossível, mas para nós mães, certamente alguns impossíveis se tornam possíveis, não é verdade?

E nesse papel de mãe protetora, munida de um repertório inimaginável de questionamentos, começo a artilharia de perguntas (rs). Eu precisava entender tudo, detalhadamente, para ter a certeza, de que de fato, estavam seguros.


Somente essa certeza iria apaziguar meu coração de mãe.


A vontade de entrar pela linha do telefone, ou melhor, virar uma onda de rádio ou fazer como a Emília do Sítio do Pica-Pau Amarelo, dizendo a palavrinha mágica: pirlimpimpim, e me teletransportar para o local desejado, certamente o faria se pudesse. É uma pena as mães não terem esse poder (rs)!

Vivo há mais de 9 mil quilômetros de distância de minha filha, que se mudou para Califórnia há oito anos, e passou a viver em Huntington Beach. Na época, a ideia era fazer um intercâmbio de 06 meses. E, após 08 anos, minha filha se formou, casou e me deu uma linda neta, Alana!


Ter um filho morando fora do país não é nada fácil, pois a saudade é grande e a preocupação mais forte. Felizmente, a tecnologia ajudou muito, mas ainda assim algumas mães preferem tocar, sentir o cheiro, olhar dentro dos olhos de seus filhos.

Em minha opinião ser mãe é uma tarefa difícil, e que se agrava quando temos que lidar com a distância dos nossos filhos, mas quando vemos um filho feliz e indo atrás do seu sonho, só nos resta torcer e apoiar, afinal o amor supera tudo!


No nosso caso, todos os anos, damos um jeitinho para nos encontrar e assim tentar amenizar a saudade e a distância, situações próprias da vida.


Mas, voltando à história.



Depois da certeza de que todos estavam bem, munida de todo amor maternal além da dor de ver e sentir o sofrimento de minha filha, consigo acalmá-la.


“Filha, calma, está tudo bem! Vamos passar por isso juntas como sempre fizemos. Não se desespere. Graças a Deus todos estão bem.

E, falei todas as frases que de alguma forma transportassem a certeza de que ela iria enfrentar a situação e vencê-la, que ela era forte. Continuei:


Claro que você pode chorar, reclamar, praguejar, mas isso só trará mais sofrimento para uma situação que por si só já é bem desconfortável.”


Por sorte, divindade, coincidência ou destino, estava de passagem comprada e poderia exercer o papel mais importante de toda a minha vida – o papel de mãe e quando falo mãe, me refiro a todas as mães, não somente as que deram à luz, mas também as que criam e dão amor, podendo ser uma tia, avó ou outra pessoa, seja ela de sangue ou não.


Somente as mães podem compreender a árdua e deliciosa tarefa de ser Mãe!

E, hoje, no Dia das Mães, gostaria de homenagear cada uma de vocês. Nós pactuamos dos mesmos sentimentos e sabemos que uma mãe aprende na necessidade.

Consegui antecipar a ida e chegar o mais rápido possível na terra da minha filha, afinal:


Colo de mãe é um aconchego e isso é um fato incontestável para mim (rs)!


Ao chegar percebi muita mágoa, muitos sentimentos misturados, palidez, ansiedade e um olhar vazio, aquele que aparece quando estamos fracos e sem perspectivas. Aos poucos fomos vencendo esses sentimentos. Rhaíssa mergulhou fundo em seu ser e buscou a força necessária para passar por essa situação, com fé e da melhor forma possível.

Filha, não pense que seu sofrimento passou despercebido. Não passou!

Ocorre que você é o que chamamos de “mãe de primeira viagem”, uma viagem que será percorrida, uma viagem de aprendizado, de erros e acertos, de certezas e arrependimentos. Você vai aprender que o colo de Mãe é multifuncional e versátil (rs).


Tem colo para todos os tipos de situação e nesse momento o colo eleito para te acompanhar no enfrentamento da sua dor e de seu desespero era o colo da força. Fico muito feliz em saber que você entendeu e apoiou essa decisão como a escolha certa. Você venceu, minha filha! Parabéns por sua força, por sua garra!


Volto para casa com a certeza de que você conseguiu passar por esse inusitado sem marcas muito profundas e com gratidão. Sei que foi uma batalha difícil e que, ainda, está em um processo de finalizar tudo que é necessário. Sei que várias das suas noites vagam em pesadelos, que sua audição e atenção para qualquer barulho diferente virou um sinal de alerta e defesa automático, sei do seu cansaço por tantas mudanças de casa devido à cobertura do seguro, sei do desespero em tentar salvar sua história, seus bens, seu sonho e que cada lembrança perdida te remete a essa mistura de sentimentos – tristeza e gratidão. É extremamente normal o sentimento da perda. Sei do receio com a tosse da Alana e da dor quando se deparou pela 1ª vez com a verdade sobre a nossa impotência em poder proteger nossos filhos frente a vida, frente ao destino. Sei da perda financeira e do árduo caminho percorrido para conseguir cada conquista. Mas, lembre-se sempre que cada lágrima, cada suspiro e cada pedido de atenção acontecido nesses dias em que ficamos juntas foram e serão aprendizados: de crescimento, de amadurecimento e de superação.


Volto para casa com a certeza do dever cumprido, grata por poder estar ao seu lado nesse momento e muito feliz em ver a mulher e mãe guerreira que você se tornou!


Não sei responder acertadamente as perguntas que iniciam esse blog, mas em meu entendimento ser mãe é a comprovação genuína de um amor que supera limites e, sim, tento ao máximo ser uma boa mãe para meus filhos, assim como, minha mãe foi para mim!



Parabéns, Mãe e Parabéns a todas as mamães!



Até a próxima!!! Se cuidem!!!

Felicidades!

Mírcia Ramos

Texto revisado por Ana Elisa Carvalho de Aguiar – Professora de Língua Portuguesa

Produção Virtual: Hannah Sloboda




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