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Foto do escritorMírcia Ramos

Dia Nacional de Luta contra o Câncer de Mama

O outubro rosa já passou...

Mas, o assunto é tão sério e preocupante que, em novembro, também temos um marco importante sobre o câncer de mama, você sabia?

Como mulher, atuante no mercado de saúde e dentro da faixa etária de risco, me sinto na obrigação profissional, moral e solidária de trazer esses alertas.

Ao longo dos meus 30 anos de carreira, presenciei, infelizmente, alguns momentos de sofrimento e desespero.

Em 2017, recebo a ligação de uma cliente.

“Estou com câncer de mama”.

Aquele silêncio constrangedor se instaura e em frações de segundos temos a impressão de que o mundo parou.


O câncer era do tipo triplo negativo, o mais agressivo. Ela fez sessões de quimioterapia e em maio de 2018 precisou passar pela operação de mastectomia total.

No dia em que se comemora o Dia Nacional de Luta Contra o Câncer de Mama, não tenho como não me lembrar dessa cliente.

Quando eu penso o quanto esse depoimento me marcou, entendo que dividir com você pode fazer a diferença!


“Me olhar no espelho sem uma mama foi a parte mais difícil, mas dou Graças a Deus porque estou viva e a cicatriz é a marca da minha vitória!”


Essa data foi criada em 1988 pelo Ministério da Saúde com o objetivo de, também, conscientizar a população sobre a doença, o tratamento e, principalmente, sobre a prevenção.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o segundo tipo mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres. No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, pelo diagnóstico tardio da doença.

E o pior é que a cada ano, menos exames preventivos são realizados. Ou seja, atuamos no caminho inverso da prevenção e a taxa de mortalidade só aumenta.


Até quando vamos nos auto negligenciar?


O assunto é alarmante. Não somente sobre o olhar de prevenção e de acesso, como também, pela ótica particularizada da paciente.

Fazer o exame preventivo é essencial para a saúde da mulher com indicação etária, contudo é notório que o acesso que viabiliza essa condição de prevenção não é muito fácil no Brasil.

Ouvi um desabafo no jornal que realmente choca:


“Outubro rosa para quê, se ninguém consegue fazer mamografia?”


Por isso, resolvi escrever sobre o assunto. Não importa o mês, não importa a cor, não importa o dia. O que realmente importa é o cuidado com sua saúde!

Não adianta soltar balões e colocar blusinhas rosas, se o mais importante a mulher não tem, que é o acesso a prevenção.


De acordo com a OMS – Organização Mundial de Saúde, o tumor de mama se tornou a neoplasia mais comumente diagnosticada no mundo. Temos, assim, enormes desafios pela frente, sobretudo se pensarmos que, para reduzir esta estatística, precisamos investir significativamente em medidas de prevenção.

Um diagnóstico precoce muda todo o tratamento da paciente e propicia uma qualidade de vida.

Então eu pergunto:


Por que há tanta negligência no trato desse assunto que deveria ser prioridade para todos, principalmente, nós, mulheres?

Gente, o ano inteiro é rosa!

Vamos conversar mais sobre o assunto, alertar nossas amigas, filhas e parentes. Exigir, incentivar e se revestir do uso da prevenção como o primeiro passo para melhorar a estrondosa marca de mortalidade por essa doença.

Afinal, quando o diagnóstico é feito na fase pré-clínica, as chances de cura ultrapassam 90%, segundo relatos médicos.

O que nos leva ao segundo olhar – a ótica particularizada de quem já viveu com essa doença.


Após ouvir alguns depoimentos na internet, entendi que ressignificar a vida após receber o diagnóstico positivo de câncer não é uma tarefa fácil. Fazer aquele balanço de como foi a vida até agora, como será daqui para frente e todos aqueles questionamentos inevitáveis do tipo “se eu morresse agora, morreria satisfeita com a minha vida?” insistem em surgir.

Encarar o câncer de mama é uma luta, por vezes, solitária.

Não é só o corpo da mulher que adoece. Adoece também as pessoas ao seu redor, então, mais do que lutar contra o câncer, é preciso lutar para conseguir manter a qualidade de vida durante o tratamento.

E, nessa jornada todo apoio é importante!

Lembre-se, o diagnóstico do câncer de mama não é uma sentença de morte. Há tratamentos independentemente do estágio da doença.

Empossada da minha experiência profissional e respaldada sobre os estudos e depoimentos sobre o assunto, se eu pudesse escolher uma palavra que representasse a luta dessas mulheres pela vida, escolheria a resiliência.


Resiliência significa a capacidade de recuperar-se

ou adaptar-se às mudanças ou à má sorte.


Sinônimo de superação. Substantivo feminino.

Feminino, como nós!

Feminimo como a luta liderada por milhares de mulheres cujo diagnóstico de câncer de mama não foi capaz de sucumbir à vontade de viver e de fazer a diferença.

Feminino, como o grito uníssono que apela por melhorias na assistência pública à doença.

A palavra “superação” pautou e pauta a vida das milhares mulheres que anualmente são identificadas com a neoplasia.

Finalizo meu blog de hoje trazendo alguns fatores que aumentam o risco da doença. Não deixe de ler. É rapidinho e você pode se surpreender!

“O câncer de mama não tem somente uma causa. A idade é um dos mais importantes fatores de risco para a doença (cerca de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos). Outros fatores que aumentam o risco da doença são:


  • Fatores ambientais e comportamentais:

  • Obesidade e sobrepeso após a menopausa;

  • Sedentarismo (não fazer exercícios);

  • Consumo de bebida alcoólica;

  • Exposição frequente a radiações ionizantes (Raios-X).

  • Fatores da história reprodutiva e hormonal

  • Primeira menstruação antes de 12 anos;

  • Não ter tido filhos;

  • Primeira gravidez após os 30 anos;

  • Não ter amamentado;

  • Parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos;

  • Uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona);

  • Ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos.

  • Fatores genéticos e hereditários*

  • História familiar de câncer de ovário;

  • Casos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos;

  • História familiar de câncer de mama em homens;

  • Alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2.

*A mulher que possui um ou mais desses fatores genéticos/ hereditários é considerada com risco elevado para desenvolver câncer de mama.”

https://www.inca.gov.br/campanhas/outubro-rosa/2016/cancer-de-mama-vamos-falar-sobre-isso


Até a próxima!!! Se cuidem!!!

Felicidades!

Mírcia Ramos

Texto revisado por Ana Elisa Carvalho de Aguiar – Professora de Língua Portuguesa

Produção Virtual: Hannah Sloboda



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