Talvez esse blog tenha o sido mais difícil de escrever, porque leva em seu bojo uma história verdadeira – a minha história.
São mais de 30 anos, ativamente, no Mercado de Seguros.
Já passei por vários momentos. Alguns difíceis ou bem difíceis, outros nem tanto. Momentos de sucesso e fracasso; momentos de contar e dividir; momentos de unir forças e empreender, mas confesso que o momento de me reinventar foi e está sendo o mais difícil em toda a minha carreira profissional.
Nada, absolutamente nada que eu já tenha vivido ao longo desses anos se compara ao momento atual.
Dúvidas pairavam em minha mente....
Como se reinventar nesse mundo virtual sem se expor?
Como essa exposição será recebida?
Como iniciar esse processo se sou uma pessoa sem muita criatividade?
Quanto essa exposição vai afetar positivamente ou negativamente em meu trabalho?
Será que vou conseguir passar a mesma segurança virtualmente? Blogs, fotos, mensagens, vídeos serão os norteadores do meu futuro?
A transparência que consigo passar e o que capturo de necessidade de meu cliente em uma reunião física, olhos nos olhos, será alcançada, também, nessa nova forma de trabalho?
Nossa, são e foram inúmeras perguntas, questionamentos sem fim sobre: o que fazer e como fazer?
Vencido o meu lado racional que gritava: não tem mais jeito, você precisa se reinventar! Meu lado emocional surgia urrando por atenção.
Pare! Você está louca? Vai se expor nas redes sociais? Como assim? Você já não está velha demais para isso?
Agora imaginem – Eu, uma mulher taurina, que já nasce com o DNA contra deixar a vida nos levar ao acaso. Formada em Direito, cadeira que me fez “abrir a mente” ao comprovar que existem diversas correntes, cada qual com abordagens diferentes, mas completamente significativas sobre mesmo assunto, ou seja, não tem certo ou errado, simples assim.
Além disso, filha gêmea e do meio de 04 irmãos (rs), uma façanha que me levou a brigar com força pelo que acredito, após analisar todos os dados, prós e contras e assim tomar a decisão.
O medo de errar, de me aventurar em um mundo que nada dominava, a insegurança de como agir tomavam conta de cada poro do meu corpo.
Em questão de minutos, a reviravolta!
Um dos legados da pandemia foi essa transformação veloz que todos nós vivemos.
A impressão que tenho é que a hora virou minuto e, de repente, 2020 passou. E com ele o momento da reinvenção se estabeleceu, se não para todos, para a grande maioria.
Opa, eu estava lá, nessa grande maioria.
Chegou a hora! Não há mais espaço de discussão do racional e emocional. A palavra de ordem é reinventar!
Como nunca fui adepta as redes sociais, mal tinha um Facebook que olhava de 03 em 03 meses, quando olhava. Como todas as mães da minha época, tinha filhos adolescentes em meio a essa revolução tecnológica e acessos. O Orkut, salas online, Facebook e afins não só viraram moda, ultrapassaram uma geração e se estabeleceram como o centro das atenções e dos novos relacionamentos.
Em meio a essa inovadora forma de se comunicar, eis que recebo a ligação de um amigo me dizendo que a minha filha de 15 anos estava postando fotos de biquíni. Quase surtei! Imaginem se fosse agora (rs)?
Bem, a saída foi fazer um perfil no Facebook, mesmo sem saber o que era perfil, para tentar acompanhá-la, orientá-la e vigiá-la, sem dúvidas. O fato é que o Facebook não entrou na minha vida. O tempo passou, minha filha agora com 27 anos e o Facebook? Continuava lá, esquecido!
Depois do face, agora meu amigo íntimo, vieram tantos outros. A jornada de novos programas e novos aplicativos continua em franco crescimento. A cada dia aparece algo novo, impossível de acompanhar. Confesso que me sentia uma “dinossaura”. Meu Deus, estou realmente velha e ultrapassada (rs)!!!
A situação começou a ficar mais tensa, quando via uma criança de 02 anos manuseando um celular ou tablet com uma desenvoltura que eu nunca teria. Teclar com as duas mãos no celular? Impossível!
Bem, não me restou alternativa: TINHA QUE ME REINVENTAR!
Como expliquei acima, deixar a vida me levar não é um norte em minha vida, logo em respeito à honestidade comigo mesma, de ter plena consciência do meu total desconhecimento do assunto, precisava de ajuda. Eis que surge um anjo em minha vida! Uma produtora de redes sociais e da família, o que ajudou muito, em face de minha timidez ou aversão à exposição.
Com muito tato e muita troca iniciamos o projeto. Não posso dizer que foi fácil. Não foi e não é. A insegurança ainda bate forte. Só que aprendi que coragem é ir com medo!
E eu fui, sem a pretensão de virar um ícone social, fazer carreira ou conseguir seguidores. Francamente, não tenho esse carisma e não tenho esse sonho. Mas, sim, tento de alguma forma contribuir com algo que possa entreter, alegrar, informar e somar para esse mundo deliciosamente perigoso – o mundo virtual.
A cada dia me aprimoro mais, pesquiso sobre temas que entendo fazer algum sentido, ganhei outras ajudas da vida, como a minha linda afilhada professora de português que tem a difícil missão de rever meus textos (rs), aprendi a fazer reuniões online e sigo me reinventando a cada momento.
Espero estar no caminho certo!
Desenvolvemos uma homepage, atualizamos e investimos no Facebook e LinkedIn com viés profissional e entre um assunto e outro, divido também um pouco da minha vida pessoal.
Aprendi que essa nova forma de relacionamento, social ou profissional, se instalou, de fato e de direito. Não há como negar que tivemos perdas imensuráveis como seres humanos, contudo tivemos ganhos magníficos e que posso chamar de evolução.
Graças a essa nova possibilidade, posso participar ativamente da vida dos meus netos que residem fora do Brasil, contar histórias, cantar ou simplesmente me deliciar com o crescimento e conquistas deles.
Por conta dessa abertura de mente e porque não dizer coragem, participo no mesmo dia de 08 reuniões, uma em cada estado e tudo bem!
Perdemos e ganhamos como em toda Era da História da Humanidade e a vida continua. Os minutos, agora segundos, e já estamos no meio de 2021. O tempo passava rápido, mas agora ele voa!
Qual a lição que aprendi com essa história?
Primeiro de gratidão! Depois, mesmo com um friozinho na barriga, a cada dia venço uma etapa, a cada experiência aprendo mais um detalhe, a cada blog me entrego mais com o desejo genuíno de ser transparente e conseguir demonstrar a paixão pelo meu trabalho e a minha coragem de ter ido, mesmo com medo!
Até a próxima!!! Se cuidem!!!
Felicidades!
Mírcia Ramos
Texto revisado por Ana Elisa Carvalho de Aguiar – Professora de Língua Portuguesa
Produção Virtual: Hannah Sloboda
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